Uma jovem e uma transgênero mortas com mais de 10 tiros; doze entidades cobram punição

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Janine e Thainara, brutalmente assassinadas ontem

A morte de uma jovem de 20 anos e de uma transgênero de 18 na madrugada de ontem em Maringá está provocando espanto na população pela brutalidade dos assassinatos, no mesmo local, e gerando protestos de entidades ligadas à defesa da causa feminina por também entenderem o episódio como provável feminicídio, além de suposta transfobia. O curioso é que duas semanas antes a cidade assistiu a um ato público para marcar a passagem do Dia Internacional de Combate à Homofobia, celebrado em 17 de maio. O duplo homicídio de ontem aconteceu numa casa no Jardim Paulista, região dos conjuntos Requião e Guaiapó. Janine Naomi Ferreira teria sido surpreendida na calçada de casa. Ela foi arrastada para dentro do imóvel e colocada na cama onde estava a transexual Thainara Moraes. Os assassinos fizeram vários disparos, a maioria contra Thainara. A Polícia recolheu 14 estojos de pistola calibre ponto 40. Ainda não há informações sobre a motivação dos crimes. Hoje, o Fórum Maringaense de Mulheres e mais 11 entidades divulgaram nota conjunta repudiando os assassinatos. O documento lembra que o fato de as duas vítimas serem negras é bastante sintomático, porque em cada 3 homicídios ou feminicídios no Brasil 2 são de mulheres desta raça. As entidades falam sobre o aumento notório da violência contra as mulheres na pandemia da Covid-19, enquanto que de 2016 a 2018 a queda de investimentos em políticas públicas neste segmento caiu 68%. Para este ano, o valor empenhado para a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres foi 19% menor que o de 2020. A nota pede às autoridades competentes rigor na apuração e a condenação dos responsáveis pelos crimes. O blog apurou que foi preciso uma vaquinha para custear o translado e o enterro dos corpos ontem.


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