Sob protesto, PLO é retirado por quatro sessões

Compartilhe;

Fotos: Phill Natal

A pedido do vereador Sidnei Telles (Avante), a Câmara de Maringá decidiu por 10 votos a 4 retirar de pauta por quatro sessões a segunda discussão do projeto de lei ordinária que cria o Conselho da Pessoa LGBTI+. O argumento apresentado é o grande volume de emendas feitas ao PLO: 21 no total. O postergamento da decisão irritou os apoiadores do colegiado. O vereador Mário Verri (PT) se queixou de mensagens recebidas, entre elas uma que nominava a criação do Conselho LGBTI+ de “projeto de lixo”. Ele votou contra o adiamento da votação. Para Paulo Biazon (PSL), que votou favorável à retirada, a proposta precisa ser melhorada. Na avaliação do Delegado Luiz Alves (Republicanos), não haveria condição de analisar “de forma razoável” as 21 emendas protocoladas. O vereador Flávio Mantovani (Rede) disse ter recebido também muitos pedidos, alguns para votar contra e outros para se posicionar favorável à criação do Conselho. Dizendo ter votado contrário à retirada, Mantovani revelou ter recebido mensagens como “os ossos de seu pai devem mexer no túmulo de vergonha de você”, “vocês estão criando um conselho LGBTI para crianças”, “você deve ouvir os conselhos de Cristo” e precisa “ter vergonha na cara”. A vereadora Professora Ana Lúcia (PDT), lembrando ser parlamentar de primeiro mandato e admiradora e defensora da democracia, enalteceu a presença da população no legislativo. Ela entendeu que a discussão deveria ser concluída hoje. Para Ana Lúcia, política pública não é de direta e nem de esquerda. Ela é garantidora de todos os direitos assegurados pela Constituição Federal. O vereador Rafael Roza (PSL), para quem o adiamento era uma decisão democrática, alegou que era preciso mais tempo para analisar o texto. A verdade é que se o protocolamento de muitas emendas foi uma estratégia de ganhar tempo para definir a situação, ela funcionou.


Compartilhe;