
Numa carta aberta à população, os reitores das sete universidades públicas paranaenses apelam ao governador Ratinho Junior (PSD) por medidas urgentes de reversão do quadro, sob pena de o Paraná perder seu maior ativo transformador. O tom usado é duro e de lamento pela situação do desmonte total das universidades estaduais paranaenses. Eles pedem a contratação imediata de professores e agentes universitários à espera de nomeação, abertura de concursos, verbas para o custeio e a suspensão da medida que impede a aplicação das ascenções e progressões nas carreiras. A carta do dia 2 de julho tem a chancela da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp). Para justificar o apelo, os dirigentes citam o empenho e a contribuição das universidades na pandemia, não apenas na assistência direta às vítimas da Covid-19 mas também na criação de serviços e produtos inovadores no enfrentamento da doença. Um destes produtos é o capacete de oxigenação desenvolvido pela UEM, hoje utilizado no hospital universitário de Maringá e em outras unidades hospitalares da cidade. Por conta do momento dramático, muitos pesquisadores estão indo para instituições de outros Estados e do exterior quando não pedindo aposentadoria precipitadas pela falta de perspectivas. Esta fuga de cérebros, segundo os reitores, vai agravar a crise econômica do Estado. O Paraná é a segunda unidade da federação com mais doutores e doutoras, a maioria em cidades do interior. Uma cópia da carta foi remetida ao governo do Estado. A Apiesp é presidida pela reitora da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Fátima Padoan.