Quem tem medo de mulher preta?

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É possível construir um mundo melhor sem discriminação? Muitas professoras e pesquisadoras brasileiras acreditam que sim. Reunidas em um seminário, elas irão debater o assunto, de forma remota, tendo como tema central “Quem tem medo de mulher preta?”. O evento vai abordar tópicos como a situação da mulher negra na política, saúde, mercado de trabalho, educação, cultura e na religião. A mediação será feita pela pesquisadora Mariana Gino, doutoranda em História Comparada, e pela professora e pesquisadora Lavini Castro, mestre em Relações Étnico-Raciais. Ambas do Rio de Janeiro, elas também são as criadores do seminário.

Trata-se do 1º Seminário Nacional de Mulheres Pretas e seus Saberes Periféricos, Acadêmicos e Artísticos. O evento faz parte das ações de conscientização sobre a igualdade racial por iniciativa do Centro de Articulações de Populações Marginalizadas (Ceap) e da Rede de Professores Antirracistas. Mariana coordena o Ceap e Lavini é a coordenadora da Rede. O seminário ocorre em homenagem ao Julho das Pretas e celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro-Latina Americana e Caribenha, além de ser o Dia Nacional de Teresa de Benguela.

As organizadoras acreditam que o encontro é fruto de um movimento secular, “do ativismo de nós, mulheres negras, traçado na luta contra as opressões ao refletir e discutir que nossas demandas façam parte da agenda nacional”.

Mariana Gino

“Ao perguntarmos quem tem medo de mulher preta, pretendemos provocar a reflexão sobre a existência e resistência da mulher preta em nossa sociedade”, relatam as duas. Por isso, pedem a todas e todos se posicionarem na luta contra todo tipo de discriminação sofrida pela mulher preta brasileira.

Sobre o seminário, de 19 a 25 de julho, às 19 horas, o Ceap e a Rede informam que ele decorre da busca do diálogo e aprendizagem, onde surgiu a ideia de se criar um espaço de comunicação na forma de rodas de conversas virtuais, a respeito dos saberes periféricos, acadêmicos e artísticos de mulheres pretas potentes. Os debates terão sempre transmissão nas plataformas do Youtube da Rede de Professores Antirracistas e na página do Facebook do Ceap.

Lavini Castro

Além de coordenadora pedagógica do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), Mariana é secrétariat Général du Centre Joseph Ki-Zerbo pour l’Afrique et la Diaspora/secretariado Geral do Centro Joseph Ki-Zerbo para a África e a Diáspora (CIJKAD). Doutoranda em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela coordena o Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER/UFRJ). Também é professora do curso de Direito na Universidade Cândido Mendes (RJ) e integra o grupo de artes cênicas e políticas “As Ruiths”.

Lavini Castro é uma Educadora Antirracista. Tem mestrado em Relações Étnico Raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio de Janeiro. Historiadora graduada pela UFRJ, também é pesquisadora do LHER/Universidade Federal do Rio de Janeiro e integrante da Coordenadoria ERARIR (Experiências Religiosas Tradicionais Africanas, Afro-brasileiras, Racismo e Intolerância Religiosa), ligada ao laboratório LHER.

Por causa da criação da Rede de Professores Antirracistas, em maio, Lavini ganhou o prêmio “Sim a Igualdade Racial”, do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), na categoria “Educação”. Teve uma participação rápida no Canal Multishow e no programa Altas horas, da TV Globo, no dia 29 de maio, devido a esta premiação.

No último dia 10, reportagem do Portal UOL Notícias mostrou como a professora criou a Rede. Lavini escreveu um dos capítulos do livro “Ensino de História, Diversidade e Educação Antirracista”, organizado pelos professores do Departamento de História da UEM, Ana Lúcia da Silva e Angelo Aparecido Priori, juntamente com a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História da UEM, Camilla Samira de Simoni Bolonhezi.

Serviço

I Seminário Nacional de Mulheres Pretas e seus Saberes Periféricos, Acadêmicos e Artísticos

Data: 19 a 25 de julho

Horário: 19 horas

Local: Youtube da Rede de Professores Antirracistas e Facebook do Ceap.


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