
O presidente da Câmara Municipal, Mário Hossokawa (PP), também defende a postura do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar) em distribuir o Kit Covid aos funcionários e desaprova a atitude da vereadora Professora Ana Lúcia (PDT) em questionar o caso no Ministério Público. A manifestação de Hossowaka ocorreu na sessão de hoje quando ele mesmo começou a comentar as intermináveis discussões nas redes sociais acerca da eficácia ou não do tratamento precoce na prevenção da doença. O presidente criticou a falta de indicação alternativa aos medicamentos do kit pelos médicos contrários ao tratamento precoce. Segundo ele, estes médicos costumam receitar dipirona, paracetamol e azitromicina aos pacientes que os procuram nas unidades básicas de saúde, mandando-os para casa em seguida, com a recomendação de retornar ao postinho se sentir falta de ar. Entrando no caso da Unicesumar e dirigindo-se a Ana Lúcia, Hossokawa disse que não eram remédios comprados pelo município com recursos públicos, mas por uma instituição privada. “E é um remédio que qualquer pessoa encontra aí para comprar na farmácia, sem receita médica”, disse. “Quando uma instituição de respeito, como é o Unicesumar … Quem é que não conhece Wilson de Matos? Investiu do seu bolso para distribuir para seus funcionários. Para quem quiser ainda, não é obrigatório não”, acrescentou. “Não acho que é uma boa a Câmara interferir nas pessoas que querem ajudar”, disse. Para ele, desde que os usuários tomem a medicação seguindo a orientação médica, “eu penso que cada um, empresário que quiser comprar que compre, não estão usando dinheiro público”. Na mesma linha de que cada um é responsável por si ou pela família, os vereadores Delegado Luiz Alves (Republicanos) e Onivaldo Barris (PSL) compactuaram com o presidente. Belino Bravin (PSD) foi mais longe: diz que toma remédios do kit para prevenir a Covid-19. “Eu também fiquei sabendo que o vírus fica na garganta quatro dias. Eu também tô fazendo bicarbonato com água quente, faço o gargarejo e jogo fora”, admitiu ele, segundo o qual na casa dele apenas o filho, que é advogado, não faz uso. Rafael Roza (PROS), destoando dos dados reais evidenciados pelos boletins epidemiológicos da cidade catarinense, defendeu Chapecó como exemplo de município a ser seguido no combate à Covid-19, além de, segundo ele, de Chapecó estar se andiantando no tratamento pós Covid. Roza justificava seu requerimento, votado em regime de urgência, solicitando ao prefeito Ulisses Maia (PSD) a possibilidade de também implementar o tratamento médico pós covid na rede pública de Maringá, com o acompanhamento de pneumologista, geriatra, fonoaudiólogo, psicólogo, psiquiatra e fisioterapeuta, tendo em vista as seqüelas físicas e psicológicas na maioria dos pacientes recuperados da doença. Em nenhum momento alguém mencionou os efeitos colaterais dos remédios que compõem o kit. Há relatos de pacientes na fila do transplante de fígado após usarem esses medicamentos, mortes por conta de hepatite e casos de hemorragia e insuficiência renal ligadas ao uso principalmente da hidroxicloroquina e da ivermectina. Doutor Manoel Sobrinho (PL) comparou os números da Índia, seguidora dos preceitos da ciência, com os dos Estados Unidos e Brasil, de 380 milhões e 212 milhões de habitantes respectivamente, o primeiro adepto do tratamento precoce na era de Trump e o segundo ainda fazendo uso do procedimento. Até ontem eram mais de 500 mil norte-americanos mortos e 355 mil brasileiros falecidos pela doença. Na Índia, com 1 bilhão e 356 milhões moradores, morreram até agora em torno de 165 mil pessoas, menos da metade que o Brasil. A vereadora Professora Ana Lúcia preferiu não se pronunciar.