
O projeto no qual o todo poderoso Mark Zuckerberg está obcecado, de elevar o metaverso ao potencial máximo, vem causando polêmica. Não se sabe a qual caminho esse ambiente virtual imersivo pode levar a humanidade. O projeto seria a evolução da Internet atual, onde as pessoas poderiam conviver usando avatares customizados em 3 D. O escritor canadense Paris Marx é taxativo: “precisamos parar o metaverso”. Para ele, o novo projeto do fundador do Facebook não é uma utopia, é outra oportunidade para as Big Techs colonizarem nossas vidas, sobretudo no trabalho, em nome do lucro e da vigilância.
Além de escritor, Paris Marx é urbanista, e relembra que em de outubro de 2021 Zuckerberg delineou a visão dele para o metaverso, um ambiente virtual onde podemos sair, fazer compras e trabalhar. Mas, segundo o escritor, essa realização depende do Facebook e várias outras empresas que saltaram para o espaço metaverso “para desenvolver as tecnologias das quais dependerá e exige que o público compre uma visão onde passemos mais tempo sentados em casa com óculos de realidade virtual, em vez de sairmos para o mundo físico”.
Por aqui, o cientista político César Benjamin avisa que não acompanha o mundo do entretenimento tecnológico, pois, como gosta de dizer, “sou do livro”. “Mas o pouco que sei desse projeto é assustador. Acho que uma empresa privada não deve ter o direito de lançar o produto que quiser, se esse produto mexe de forma desconhecida na psique das pessoas. Podemos estar criando um mundo de zumbis, de loucos, de gente desajustada, com graves problemas mentais, que não sabe distinguir realidade e fantasia. Se o nosso sistema político e social permite isso, é sinal de que ele caducou. Com a palavra, gente mais sabida que eu neste assunto”.