
Mulheres vítimas de violência terão suporte psicológico durante o atendimento na Delegacia da Mulher de Maringá por meio da adesão voluntária de profissionais recrutadas pela subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil ((OAB). Numa iniciativa inédita, a Comissão de Enfrentamento à Violência de Gênero da OAB da cidade (Cevige) implementou, nesta semana, um projeto em parceria com a DM.
Contrato de permissão administrativa assinado entre a OAB e a Polícia Civil permitirá que as psicólogas voluntárias possam fazer acolhimento na Delegacia da Mulher para auxiliar as investigadoras no amparo psicológico às mulheres vítimas de violência doméstica, sexual, entre outros casos.
Segundo a presidente da Cevige, Carolina Cleópatra Codonho da Silva, este é um grande avanço, mas ainda existem muitas dificuldades, como o número insuficiente de psicólogas voluntárias disponíveis. Hoje, o atendimento ocorre somente das 9 às 12 horas, quando o ideal seria, conforme a advogada, contar com esse trabalho durante todo o período de funcionamento da delegacia.
Outra situação observada e que é um obstáculo ao atendimento das mulheres se refere ao contingente humano insuficiente na delegacia especializada no atendimento ao público feminino. Há 850 inquéritos de violência doméstica em andamento, 1.029 medidas protetivas de urgência, além de outros 500 procedimentos envolvendo adolescente em conflito com a lei, o que sobrecarrega ainda mais a Delegacia da Mulher, que acumula também o atendimento relativos a adolescentes.
Diante dessa situação, a direção da OAB Maringá e a Cevige manifestam a disposição de cobrar do poder público o cumprimento do papel que lhe cabe, que é fornecer a estrutura necessária para o efetivo cumprimento da legislação.