Para Ricardo Barros, “só o professor não quer trabalhar” na pandemia

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Foto de Maryanna Oliveira/Câmara Federal

Mais uma pérola dita hoje pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), a de que os professores “não querem trabalhar”, já está repercutindo em todo o País, se é que a frase não foi dita para isso mesmo. Líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, ele criticou hoje a classe docente quando falava de uma votação no Congresso Nacional para transformar a educação em serviço essencial e reabrir todas as escolas mesmo com a pandemia da Covid-19.  “É absurdo a forma como estamos permitindo que os professores causem tantos danos às nossas crianças na continuidade da sua formação. O professor não que se modernizar, não quer se atualizar. Já passou no concurso, está esperando se aposentar, não quer aprender mais nada”, disse Barros em entrevista à CNN Brasil. Para Barros, alguns estados já reabriram as escolas públicas e particulares e os professores voltaram a dar aulas, portanto, não tem motivação para todos docentes não voltarem a ministrar as disciplinas. Na visão do deputado, o Brasil foi abduzido pelas corporações. Não tem nenhuma razão para o professor não dar aula uma vez que, segundo ele, os profissionais da saúde, transporte, segurança e os trabalhadores do comércio estão trabalhando. “Só professor que não quer trabalhar”, disse, admitindo que o trabalho dos docentes nas escolas pode ter alguma restrição devido à Covid-19, mas os educadores “precisam trabalhar”. Afirmou que 20% da capacidade do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), que permite a distribuição de internet, foram destinados ao setor público, mas “as escolas não pedem a conectividade, porque a diretora que está lá não entende de informática. Se ela pedir a conectividade, vai perder a direção para uma professora que tenha mais habilidade nessa área”. Um esclarecimento: a família de Barros é dona de escola. Então, a fala dele também pode ser entendida mais como a de um empresário do ramo de que a de um político pensando no bem coletivo. Especialistas apontam três fatores de risco para os professores em sala de aula: primeiro, muitos adquirem ou agravam várias doenças no trabalho, como problemas na garganta, doenças respiratórias, hipertensão, diabetes, dores nas costas, esgotamento físico e mental, depressão, entre outros, o que o pode baixar a imunidade que os torna muito mais frágeis. Segundo, como as escolas são espaços naturais de aglomeração e as salas de aula mais ainda, mesmo com o distanciamento exigido, os professores ficam propensos à contaminação. E, terceiro, muitos professores têm mais de 50 anos e já estão debilitados por causa de outras doenças. Idade e doenças preexistentes compõem um coquetel que pode ser mortal para estes profissionais se eles se contaminarem com o coronavírus. A esta altura, o leitor deve estar se perguntando: qual seria a solução? Resposta: VACINA.


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