O último colunista político, um homem generoso

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Com a despedida de Verdelírio Barbosa, ontem à noite, perdemos talvez o último grande colunista político de Maringá. Verde não ficava preso a quatro paredes. Ele buscava a notícia, sempre gostou das bocas malditas, onde flui a conversa tête à tête. Jornalismo puro. A pandemia do Coronavírus e a idade (estava com 80 anos) acabaram por frear este hábito, até porque a cidade praticamente não tem mais boca maldita. Serei admirador incondicional da paixão dele pela política e o jornalismo impresso, tanto que ainda comandava o Jornal do Povo, de quem era diretor proprietário. Serei especialmente grato por um ato de extrema generosidade do Verde, algo raro nos humanos de hoje. Em 2015, eu editava a “Geração i”, revista que criei para debater assuntos ligados à pessoa idosa, quando por acaso comentei com ele a ideia de ter um espaço próprio, pois a publicação era toda preparada em casa. O Verde simplesmente ofereceu a mim, sem cobrar nada, uma das salas que o Jornal do Povo ocupava à época. Acabei recusando, não por orgulho ou qualquer outro motivo, afinal, a revista já dava sinais de querer sucumbir ao difícil mercado editorial brasileiro. Mas, a atitude só fez aumentar meu orgulho por ele. Uma perda irreparável a partida do Verde do nosso convívio!


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