
A nomeação de Cláudia Mansani Queda de Toledo para presidir a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) deve aprofundar ainda mais o conflito entre a comunidade acadêmica e o MEC, iniciado com a demissão, na segunda-feira, de Benedito Guimarães Aguiar Neto, exonerado do cargo sem aviso prévio e sem justificativa oficial pelo ministro Milton Ribeiro. Ex-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Aguiar Neto estava no cargo há 14 meses. Mesmo sem saber quem viria a substituí-lo, entidades em defesa da ciência entendiam que uma troca do comando nesse contexto é preocupante devido à falta de justificativa, dos cortes orçamentários e das dificuldades já impostas pela pandemia ao processo de avaliação dos programas de pós-graduação, fundamental para a formação de recursos humanos e a produção de ciência e tecnologia no País. A nomeação de Cláudia foi anunciada ontem à noite. Ela é reitora do Centro Universitário de Bauru, faculdade particular antes chamada de Instituto Toledo de Ensino (ITE), onde se formou o ministro Milton Ribeiro no curso de Direito. A nova presidente também é advogada, sócia do escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi. A Capes é responsável por avaliar os cursos de pós-graduação, divulgar as informações científicas, promover a cooperação internacional e atuar na formação de professores da educação básica.