
O deputado estadual Michele Caputo (PSDB) defendeu nesta segunda-feira (12) que os orçamentos das sete universidades públicas estaduais não tenham qualquer tipo de cortes, como está ocorrendo no ensino superior do Paraná. Ele classificou a atual situação orçamentária e financeira como “sequestro de recursos”, tomando por base a UEM. “Eu tenho certeza absoluta que a situação (da UEM) é similar a das demais universidades estaduais”. disse.
“As universidades estaduais são um diferencial positivo do Paraná com relação aos demais estados, do ponto de vista do ensino, pesquisa, extensão, parcerias público-privadas, da inovação tecnológica. A universidade pública estadual não é problema. É solução há muito tempo”, frisou o parlamentar, que se graduou bacharel em Farmácia na UEM.
Michele Caputo conversou na última sexta-feira com o reitor da UEM, Júlio Cesar Damasceno, ex-reitores, pró-reitores, membros de colegiados e a coordenadora do Laboratório de Bioequivalência do hospital universitário (HU), Elza Kimura, e debateu a situação orçamentária e financeira da universidade.
Conforme a pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Sandra Schiavi, a arrecadação caiu 51% de 2019 a 2020. Os cortes de custeio alcançaram 75% e desde que a DREM (desvinculação das receitas de estados e municípios) começou a ser aplicada “foram sequestrados R$ 30 milhões”. “Esse recurso sequestrado é da produção, trabalho, do que a universidade arrecada principalmente com relação ao SUS (Sistema Único de Saúde) por meio do hospital universitário”, afirmou o deputado.
“Há dificuldades muito sérias para repor pessoal. Não se discute ampliação, se discute reposição. Só no HU são quase 200 servidores a menos e têm demandas em outras áreas”, completou Michele Caputo.
O Paraná tem sete universidades públicas estaduais: UEL, UEM, UEPG, Unioeste, Unicentro, Unespar e UENP. São 97.078 estudantes matriculados em 380 cursos de graduação e mais de 200 cursos de pós-graduação. Nelas atuam 7.685 professores e 8.847 agentes universitários. Entre os professores, 57% (4.853) são doutores, 32% (2.235) mestres, 9% (492) especialistas e 2% (105) graduados.
No dia 5 deste mês, a Assembleia Legislativa aprovou em 1º turno projeto do governo do Estado para o orçamento de 2022. Nele, não existe previsão de recursos para pagamento da data-base dos servidores (reposição dos salários pela inflação) e nem expectativa de suspender o congelamento das promoções e progressões na carreira. O projeto ainda será votado em 2º turno.