A Justiça de Maringá (7ª Vara Cível) afastou nesta tarde a direção do Asilo São Vicente de Paulo, acolhendo pedido do Ministério Público. A decisão eleva a crise no estabelecimeto cujo ápice ocorreu em abril quando a entidade antecipou que o asilo seria fechado. A 14ª Promotoria de Justiça, que também responde pela área da pessoa idosa conduziu inquérito para apurar supostas irregularidades na entidade a partir de um surto de Covid-19, em 2020, com a morte de sete internos. O MP diz que 12 funcionários e 60 idosos foram contaminados pelo novo coronavírus. Aponta também problemas sanitários e de gestão no asilo. Várias imperfeições teriam sido descobertas, entre elas ausência de normatização para trabalhadores sobre utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), desinfecção deficitária dos ambientes, cuidados parcos com a lavagem das roupas, armazenamento inadequado de alimetos e de produtos estéreis, e falta de ventilação na área administrativa. O MP citou ainda inconformidades quanto às normas de acessibilidade, denúncias de que os responsáveis pela instituição estariam retendo benefícios financeiros dos idosos e informação sobre manutenção de medicamentos vencidos. O afastamento determinado pelo juízo é provisório e imediato. A Prefeitura Municipal vai nomear servidores para assumir de forma temporária a gestão do Asilo até que seja indicada uma nova diretoria. Em nota, a direção do São Vicente de Paulo comunica que acatará a decisão judicial, mas que vai contestar as alegações apresentadas pelo Ministério Público no processo. Lembra a nota que a Sociedade de São Vicente de Paulo, presente no Brasil há 149 anos, foi responsável pela direção da ILPI na cidade por 37 anos. O comando da entidade se queixa que a ação ajuizada não descreve os atos já realizados pela diretoria no atendimento às demandas exigidas pela vigilância sanitária. Conforme a nota, os prazos definidos para o cumprimento das necessidades e adequações de maior vulto financeiro são curtos face a capacidade do Asilo para a geração de recursos. Por fim, garante ter tomado todos os cuidados disponíveis para prevenir e tratar os pacientes infectados pela Covid. O surto da doença, relativiza o comunicado, de julho a novembro de 2020, se deu em virtude da crise sanitária sem precedentes na história recente do país e do mundo.