
A foto publicada pela revista Piauí, mostrando o ministro Luiz Fux cercado por seguranças e policiais fortemente armados, vem confirmar, cinco meses depois, as informações de bastidores de que o serviço de inteligência do STF descobriu a tempo a intenção reiterada dos bolsonaristas, insuflados pelo presidente da República, de invadir o Supremo Tribunal Federal entre 6 e 7 de setembro de 2021. Ou seja, não fosse esta preparação antecipada de instalar um “bunker” dentro do STF, possivelmente a invasão teria ocorrido. Foi o auge das manifestações golpistas lideradas por Jair Bolsonaro. Na foto também estão funcionários do Supremo. Os homens de uniforme de camuflagem e metralhadora em punho, posicionados à esquerda, são integrantes do Comando de Operações Táticas (COT), uma unidade de elite da Polícia Federal. O presidente da suprema corte aparece no centro, vestido de camisa branca e gravata. A revista sugere, com razão, que a fotografia é uma imagem para ser lembrada em 2022, o ano “mais politicamente decisivo da história democrática do Brasil”. Afinal, o presidente, lembra a Piauí, costuma dizer que somente deixará o poder “por vontade de Deus’. Quem ler com atenção o texto de Monica Gugliano vai perceber que entre os ministros há dois especialmente perigosos: Onyx Lorenzoni e Damares Alves. Os dois deram corda para que Bolsonaro não recuasse da repercussão negativa causada pela fala antidemocrática do presidente no palanque da avenida Paulista. Por eles, Bolsonaro não deveria ter recuado, seguindo na sanha golpista, sem medir as conseqüências.