A técnica de Enfermagem Aline Cristina Santos ainda está sem acreditar na morte dos pais no intervalo de duas semanas, ambos levados pela Covid-19, mas diz que os pacientes precisam ser mais ouvidos em seus relatos sobre os sintomas. A mãe dela, Marlene Caetano, funcionária aposentada da UEM, 64 anos, faleceu na última sexta-feira depois de 21 dias hospitalizada. Antes, o marido Nelson dos Santos tinha morrido havia cerca de duas semanas após ter se contaminado, segundo a família, durante os procedimentos para uma cirurgia. “Pode colocar que os pacientes com suspeita de Covid precisam ter tratamento individual e serem ouvidos conforme suas queixas. Ninguém vai correr o risco de se expor por capricho. O paciente precisa ser ouvido. Tá com falta de ar, dor nas costas, febre, estes não são sintomas leves da Covid”, desabafa. Tanto Marlene quanto Nelson não viveram a tempo de ver Aline se formando em Direito, um antigo sonho. A colação de grau se deu no dia em que Nelson morreu e a mãe dela, que estava na UTI, também ficou sem assistir à solenidade. “Não acredito até agora”, diz.