
Por Diego Escosteguy (oBastidor)
O líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros, foi para a CPI da Pandemia com a estratégia de confrontar o senador Randolfe Rodrigues, a senadora Simone Tebet e o senador Alessandro Vieira. Seu objetivo, mais do que se manter na função, era ganhar pontos com o presidente Jair Bolsonaro. Queria tumulto – e tumulto conseguiu.
Deu certo. A sessão foi encerrada, depois de o líder do governo acusar a CPI de prejudicar a chegada de vacinas ao Brasil. Após a confusão, o presidente da comissão decidiu encerrar a sessão e mudar seu convite por convocação a aparecer a comissão.
Na empreitada, Barros contou com o apoio do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, e, juntos, tentaram o tempo todo atrelar sua atuação na Câmara dos Deputados, em pressionar a Anvisa para aprovar a Covaxin, a de Randolfe, que relatou a matéria no Senado.
Randolfe rechaçou a comparação ao dizer que seu trabalho no Senado defendia todas as vacinas, enquanto Barros, como líder do governo, estava a favor do negacionismo.
Em vários momentos, Barros quis irritar Randolfe e Simone Tebet. Contou com a cumplicidade também de Rogério Marinho e Flávio Bolsonaro, o zero um do presidente. Ele só comparece à comissão nos depoimentos que considera sensíveis para o governo.