
A pandemia deixa o cenário triste para a celebração, mas a verdade é que isso deve acentuar o debate sobre a importância das políticas públicas que assegurem os direitos e as garantias da cidadania feminina. Neste Dia Internacional das Mulheres, nada mais justo que comemorar a data e lembrar que, apesar das conquistas, ainda há muito que lutar.
Na política partidária, elas se mobilizam para ganhar mais espaço, pois sempre é bom lembrar que o voto feminino no Brasil, conquistado a duras penas, tem 89 anos. Obter maior representatividade, porém, ainda é um enorme desafio. Em Maringá, o movimento “Mais Mulheres no Poder” mostrou o quanto a organização feminina é capaz de mostrar sua força. A professora Ana Lúcia Rodrigues (PDT), articuladora do movimento, se elegeu vereadora em 2020. A Câmara Municipal também ganhou mais representatividade feminina com a eleição da apresentadora de TV Cris Lauer (PSC).
Com a pandemia, as mulheres perderam espaço no mercado de trabalho, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A violência doméstica, o baixo salário, o assédio em local de trabalho se agravaram. Mulheres negras e trans nunca foram tão vítimas em potencial de feminicídio.
Um pouco de história: O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 1970. Simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens.
As histórias que remetem à criação da data alimentam o imaginário de que ela teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. O incidente, em 25 de março daquele ano, marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são anteriores ao acontecimento.
Desde o final do século 19, organizações femininas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de cerca de 15 horas diárias e os baixos salários introduzidos pela Revolução Industrial resultaram em greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.
O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país.
A foto que abre o texto é de Edgard Garrido, da Agência Reuters