
Professores e agentes universitários das universidades estaduais públicas paranaenses e professores do magistério irão paralisar as atividades no dia 29. É mais um ato em memória do massacre do dia 29 de abril de 2015. Eles irão ocupar a praça 19 de Dezembro, em Curitiba. Também está na pauta protesto pelo não pagamento da data-base pelo governo Ratinho Junior (PSD) desde 2017. O objetivo é não deixar sem registro a triste lembrança do episódio que passou para a história como a “Batalha do Centro Cívico”, no governo Beto Richa (PSDB). Aconteceu em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. Foi uma batalha campal em que a violência empregada pela polícia, por ordem do governo, contra os manifestantes, ganhou repercussão até no exterior.
Os manifestantes tentavam impedir que os deputados aprovassen na Assembleia Legislativa (Alep) uma proposta do governo potencialmente inconstitucional. Ela tencionava desviar verbas da previdência dos servidores públicos estaduais para o caixa do governo, tornando posteriormente inviável o já frágil fundo previdenciário.
A proposta foi aprovada mesmo assim. Os policiais militares usaram cães, bombas de gás lacrimogêneio, sprays de pimenta e balas de borracha. Diversos servidores da UEM também foram feridos, alguns com maior gravidade, precisando de atendimento médico. Mais de 200 pessoas saíram de lá com alguma sequela. Tamanha truculência para cima dos representantes de um setor tão vital para um país civilizado, como a Educação, só tinha sido vista antes no dia 30 de agosto de 1988, no governo de Álvaro Dias, à época filiado ao PMDB, hoje senador ligado ao Podemos. Naquela data, policiais, muitos sobre cavalos, também usando bombas de efeito moral e cães, reprimiram duramente uma greve de professores.