
Em tese, bastaria agora apenas um partido político acionar a justiça para, com base na lei da ficha suja, pedir que o ex-procurador Deltan Dallagnol se torne inelegível, deixando o ex-coordenador da Operação Lava Jato fora da disputa nas eleições em outubro deste ano. Em tese, porque cabe recurso à condenação sofrida por ele e mais dois representantes do Ministério Público Federal. Morador em Curitiba, Dallagnol tenta uma vaga de deputado federal pelo Podemos do Paraná. Além dele, a Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) condenou hoje (9) o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot; e o ex-chefe da Procuradoria da República no Paraná, João Vicente Romão, pelo pagamento “desproporcional” de diárias e passagens a outros sete procuradores entre 2014 e 2021. Esta turma do TCU não aprovou as contas do trio, consideradas irregulares. Os três foram condenados a indenizar os cofres públicos em R$ 3,43 milhões, somando R$ 2,83 milhões pelas despesas feitas e R$ 600 mil de multas. Para o ministro Bruno Dantas, relator do processo, os beneficiados pelos pagamentos foram escolhidos de maneira pessoal, sem critérios objetivos, eram “agentes amigos”. O relatório de Dantas foi aprovado nesta terça por 4 votos a zero. Os sete procuradores que receberam os valores tiveram as contas aprovadas com ressalvas e não serão punidos.