
As 22 organizações, movimentos e coletivos que integram a comissão organizadora da Conferência Popular por Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional lançaram um manifesto online para o enfrentamento da fome no Brasil. O manifesto pode ser assinado por movimemtos, organizações, coletivos, fóruns, conselhos, partidos, universidades, entre outras instituições. Não está aberto a assinaturas individuais. A coleta de assinaturas termina às 16 horas da próxima sexta-feira, 16, no Youtube e nas redes sociais da Conferência Popular. Segundo a entidade, a fome é mais aguda no Norte e Nordeste, entre as populações rurais, quilombolas, indígenas e ribeirinhas (12%), nos domicílios chefiados por mulheres (11,1%), habitados por pessoas pretas e pardas (10,7%), e nos lares em que a pessoa de referência não tinha escolaridade ou possuía ensino fundamental incompleto (14,7%). A fome anda acompanhada da sede. A insegurança hídrica atingiu 40,2% e 38,4% dos domicílios do Nordeste e Norte no ano passado, respectivamente, percentuais quase três vezes superiores aos das demais regiões. A fome aumentou nas favelas e nas ruas das cidades. Estudo feito pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a Central Única de Favelas (Cufa), em 76 comunidades, mostrou que 80% das famílias moradoras têm se alimentado graças a doações de alimentos. Nas cidades, o número de pessoas em situação de rua aumenta visivelmente, enquanto a falta de dados torna esse grupo crescente ainda mais invisível ao Estado do que nunca. Para piorar, o preço dos alimentos não para de subir porque não contamos mais com políticas de abastecimento e de fortalecimento da agricultura familiar.