
O psiquiatra e professor universitário Miguel Chalub, autor de vários livros, morreu de Covid-19 na segunda-feira, aos 81 anos. Ele morava no Rio de Janeiro. Chalub era reconhecido nacional e internacionalmente. Considerado uma das maiores autoridades brasileiras em depressão, era um psiquiatra forense destacado, autor e co-autor de importantes obras. Costumava dizer que qualquer tristeza é tratada como doença psiquiátrica. E que no Brasil preferia-se recorrer aos remédios a encarar o sofrimento. Também denunciava que muitos médicos se rendem aos laboratórios farmacêuticos e Indicam antidepressivos sem necessidade. “Os laboratórios pagam passagens, almoços, dão brindes”, disse certa vez à revista Isto É. Chalub estava aposentado. Nos últimos anos se dedicou de forma voluntária ao tratamento transsexualizador no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Instituído em 2008, este processo passou a permitir às pessoas o acesso a procedimentos com hormonização, cirurgias de modificação corporal e genital, assim como o acompanhamento multiprofissional. O professor deu aulas na UERJ e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) lamentou a morte de Chalub, a quem se referiu como uma referência na área.