
Manifestantes fizeram protesto ontem à noite por conta de um episódio de blackface (máscara preta) ocorrido no dia 13 de setembro durante uma aula do curso de Pedagogia no Centro Universitário Cidade Verde (UniFCV), em Maringá. Numa atividade acadêmica de contação de história baseada no livro infantil “Menina bonita do laço de fita”, de Ana Maria Machado, estudantes apareceram com os rostos pintados no estilo blackface. A atitude foi criticada nas redes sociais. À noite, diversos coletivos convocaram o protesto na frente da UniFCV. Blackface se refere à prática teatral de atores que se coloriam com o carvão de cortiça para representar personagens afro-americanos de forma exagerada, geralmente em minstrel shows norte-americanos. Ele passou a ser questionado quando o movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos começou a se desenvolver e reinvindicou o fim dessa prática por perceber que ela nega o acesso e a presença de artistas pretos/as, além de construir estereótipos danosos.
Ao portal de notícias “HojeMais Maringá”, o centro universitário explicou que, “por ser tratar de uma atividade de ensino-aprendizagem, a professora responsável pela turma aproveitou a situação, interveio e explanou os pontos positivos do trabalho, os pontos a melhorar, inclusive a preocupação sobre a questão do conceito de ‘backface’. É importante esclarecer que o ambiente escolar é o espaço para aprender e ensinar”. Em nota, a UniFCV nega ter havido intenção de influenciar ou incentivar a prática do blackface e, por consequência, de atos de racismo.