Está na pauta de amanhã, terça-feira (9), da Câmara, a votação da PEC Emergencial pelos deputados federais. Trata-se de uma Proposta de Emenda Constitucional já aprovada pelos senadores. A matéria prevê a recriação do auxílio emergencial em troca de medidas de ajustes fiscais. Em troca do aumento de gastos públicos, o governo quer apertar os cintos. Em alguns casos, de forma permanente. E aí está o nó da discórdia entre situação e oposição. Em áudio gravado, o deputado Rogério Correia (PT/MG) apela aos eleitores que pressionem seus deputados e deputadas a desvincular a PEC Emergencial do auxílio. Ele considera absurdo que o governo faça chantagem em dizer que a proposta precisa ser aprovada porque traz consigo a autorização para o pagamento do auxílio emergencial. O ajuste fiscal embutido no texto corta direitos dos servidores públicos e, na ponta, vai afetar a qualidade do serviço público à população, acarretando prejuízos para o Estado ao reduzir o investimento, na avaliação do parlamentar. Esta PEC “é a ante-sala da reforma administrativa”, alerta. No Senado, a oposição conseguiu tirar alguns “absurdos” como o corte de 25% dos salários dos funcionários públicos (com redução proporcional de jornada) e os pisos constitucionais para gastos em saúde e educação, gatilhos para destruir o SUS e a escola pública brasileira. O deputado acredita, porém, que estes pontos voltem a ser incluídos na proposta de Reforma Administrativa. Ao separar a chantagem de votar a PEC em troca do auxílio, a oposição quer que seja aprovado somente o pagamento do benefício, não no valor de R$ 250,00, mas sim de R$ 600,00, beneficiando 68 milhões de pessoas ante as 44 milhões que seriam beneficiadas com os R$ 250,00, e, ainda assim, apenas por quatro meses.