
Amanhã, 4 de novembro, terão decorridos 52 anos da morte do ex-guerrilheiro urbano Carlos Marighella (foto), cujo filme biográfico está imerso em polêmicas típicas dos tempos atuais. Marighella, o homem, ligado à Aliança Libertadora Nacional (ALN), foi assassinado por um grupo de extermínio da ditadura militar numa operação coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. Era 4 de novembro de 1969.
Já, Marighella, o filme, que chega às telonas dos cinemas também amanhã, dirigido pelo ator e diretor Wagner Moura, sofre uma campanha difamatória, além de boicotes promovidos pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Entrevistado na segunda-feira no programa Roda Viva (TV Cultura), Moura disse não ter medo “dessa gente [governo] porque eles são covardes”.
Para ele, fazer um filme sobre Marighella no Brasil de hoje faz parte de um enfrentamento do qual sente muito orgulho de participar. “E acho que precisamos fazer esse enfrentamento contra o fascismo. Os ataques foram todos. A questão com a Ancine é uma questão absolutamente clara para mim de censura”, afirmou.
O filme conta a história do guerrilheiro brasileiro durante a ditadura militar. Ele também foi deputado constituinte e escritor. Considerado um dos principais organizadores da luta armada contra o regime autoritário, Marighella morreu atingido por tiros disparados por agentes do DOPS numa emboscada na alameda Casa Branca, perto da avenida Paulista, na cidade de São Paulo.